Paul W.S. Anderson fala da tensão de mostrar Nas Terras Perdidas a GRRM
Por Pablo Moura • Publicado em 10/04/2025 • 3 min de leitura

A parceria entre a atriz Milla Jovovich e o diretor Paul W.S. Anderson, embora não seja amplamente reconhecida fora dos círculos de aficionados por cinema de ação, celebra quase um quarto de século de colaborações frutíferas. 'Estamos quase aniversariando, porque filmamos o primeiro Resident Evil em 2001. Vinte e quatro anos! Desde então tem sido muito divertido, sempre explorando novos territórios, estendendo os limites, sempre procurando fazer algo divertido, criativo e diferente', comenta Anderson.
Seu mais recente projeto, Nas Terras Perdidas, é uma adaptação cinematográfica do épico de George R.R. Martin, que se junta a outros trabalhos da dupla, como os filmes de Resident Evil, Os Três Mosqueteiros e Monster Hunter. O filme permite que Anderson explore suas paixões visuais por ambientes que remetem ao terror expressionista, uma marca de seu trabalho desde o início de sua carreira, agora adaptadas para um estúdio fechado com cenários digitais.
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'Eu quis me manter verdadeiro em relação à história que George R.R. Martin contou, esse conto de fadas adulto e sombrio, e achei que fosse mais adequado rodar assim [com os cenários virtuais] do que em locações reais, para manter esse visual de versão adulta de irmãos Grimm ou Hans Christian Andersen', explica Anderson. 'Me considero um adepto de novas tecnologias, mas é sempre crucial pensar no motivo para aderir a uma tecnologia, para contar uma história de um jeito mais empolgante. E esse visual mais ‘pintado’, rodando em fundo falso com a Unreal Engine para gerar essas imagens mais pictóricas, foi a maneira que encontrei para buscar isso.'
Na trama de Nas Terras Perdidas, que combina um futuro pós-apocalíptico com elementos medievais, Jovovich é a bruxa Gray Alys, cujos poderes de profecia a colocam no caminho de um caçador (interpretado por Dave Bautista) e de uma trama palaciana para tomar o poder de uma cidadela. A história expande um conto de Martin da antologia Amazons II de 1982, com a supervisão e aprovação do autor. 'Fiquei muito feliz quando ele aprovou e disse que o filme capturou a voz dele. Isso significou muito pra mim,' relembra Anderson sobre a tensão de mostrar o filme a Martin.
Além do enredo intrigante e da reviravolta final, típicos de Martin, Anderson destaca a construção do mundo no filme. 'Não é Westeros', ele assegura, referindo-se ao universo de As Crônicas de Gelo e Fogo de Martin, embora compartilhem elementos como uma forte presença da igreja e da realeza.
Paul W.S. Anderson também descreve Nas Terras Perdidas como seu primeiro verdadeiro faroeste, incorporando elementos de western spaghetti, inspirado por clássicos como Três Homens em Conflito. 'Sempre achei que tinha bastante spaghetti western misturado à história de George, então me esforcei para trazer isso no imaginário do filme', conclui Anderson. O filme, que também conta com Arly Jover, Amara Okereke, Fraser James, Simon Lööf e Deidre Mullins no elenco, estreia nos cinemas brasileiros em 17 de abril, distribuído pela Diamond Films.
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Redator Chefe do GeekNews, entusiasta de tecnologia, games e pintura de miniaturas. Escreve com olhar analítico sobre cultura pop, buscando sempre conectar tendências e inovações com o universo geek.