Nova 'Emmanuelle' de Audrey Diwan: Um delírio visual que esquece de satisfazer
Por Luana Souza • Publicado em 24/04/2025 • 2 min de leitura

Quem lembra das madrugadas de Cine Privê na Rede Bandeirantes sabe que filmes de pornografia softcore como 'Emmanuelle' (1974) raramente focavam em tramas complexas, preferindo cenários exóticos e situações erotizadas. Agora, em 2024, Audrey Diwan traz uma nova versão que captura o espírito delirante da original, mas com uma abordagem moderna e esteticamente refinada.
Um Luxo Visual com Pouca Substância
Diwan, conhecida por sua obra 'O Acontecimento', coloca a protagonista Noémie Merlant em um hotel opulento em Hong Kong. Através das janelas, as luzes da cidade adicionam um brilho tentador ao ambiente, enquanto Emmanuelle, contratada para avaliar discretamente o serviço do hotel, explora os segredos do estabelecimento. A introdução de Naomi Watts como gerente do hotel adiciona um toque de classe ao elenco, que também inclui Will Sharpe e Jamie Campbell Bower.
A direção de fotografia de Laurent Tangy promove uma 'pornografia do luxo', com cenas que mesclam a perfeição visual com a sensualidade tátil. No entanto, o filme se perde em sua própria estética, sugerindo mistérios e escândalos que nunca são devidamente explorados, deixando o espectador na expectativa de um clímax que não chega. Assim, apesar da atmosfera envolvente, a narrativa tênue deixa um vazio que nem o visual consegue preencher.
Conclusão
Emmanuelle (2024) é um banquete visual que promete mais do que entrega. Diwan acerta ao evocar um mundo de sonhos e desejos, mas falha ao não desenvolver uma história que sustente o interesse do público até o final. Resta a pergunta: é suficiente ser visualmente estimulante, ou o cinema erótico precisa de mais substância para realmente satisfazer?

Nota do Crítico
Emmanuelle (2024)
EMMANUELLE
- Ano: 2024
- País: França, Estados Unidos
- Classificação: 18
- Duração: 1h 47min
- Direção: Audrey Diwan
- Elenco: Will Sharpe, Noémie Merlant, Jamie Campbell Bower, Naomi Watts

Cinéfila e série-maníaca, com foco em narrativas femininas, diversidade e representatividade. Analisa estreias com profundidade e destaca o impacto da cultura geek nas produções audiovisuais.