A Jornada de Brooks Barber na Criação de 'Sykes-Picot'

Brooks Barber, um apaixonado por história e jogos de tabuleiro, lançou seu primeiro jogo publicado, 'Sykes-Picot'. Este não é apenas um marco em sua carreira, mas uma exploração audaciosa de eventos históricos através do entretenimento. Brooks, que estudou história por mais de 25 anos, sempre foi fascinado pela arte de reimaginar eventos passados e encontrou no design de jogos uma forma de unir suas duas paixões.

O Contexto Histórico por Trás do Jogo

A obsessão de Brooks com o Acordo Sykes-Picot começou nos primeiros dias de seus estudos sobre o Oriente Médio. O acordo, firmado entre britânicos e franceses durante a Primeira Guerra Mundial, envolvia a divisão do Império Otomano após seu colapso, moldando o futuro da região. Este evento histórico é frequentemente contado como uma saga de segredos diplomáticos, com acordos paralelos envolvendo a Rússia, a Itália e o Sharif de Meca, todos buscando garantir interesses nacionais em meio à incerteza da guerra.

Transformando História em Jogo

'Sykes-Picot' não busca ser um jogo altamente detalhado ou imersivo, mas sim capturar a essência caprichosa e absurda do acordo original. Durante o processo de design, Brooks decidiu que os jogadores literalmente coloririam um mapa, simulando o que Sykes e Picot fizeram ao dividir o Oriente Médio. A escolha de usar marcadores de apagar a seco, em vez de lápis, foi uma decisão de design que persistiu desde o início.

O jogo mantém o foco em dois jogadores, refletindo as negociações originais entre Sykes e Picot, excluindo a participação de outros países como Rússia e Itália para manter a narrativa concentrada.

Mecânicas e Dinâmicas do Jogo

A mecânica de controle de áreas e o uso de cartas de agenda são centrais em 'Sykes-Picot'. Inicialmente, o mapa do jogo destacava locais geográficos reais, mas ao longo do desenvolvimento, Brooks optou por substituir nomes por símbolos, reforçando a alienação e a visão imperialista das potências envolvidas.

O jogo utiliza uma mecânica de trick-taking (tomada de vaza), onde cada jogada representa uma negociação ou disputa por controle no mapa. As cartas de agenda, que guiam os objetivos dos jogadores, evoluíram para permitir uma experiência menos linear, incentivando tanto cooperação quanto competição.

Reflexão e Estratégia

A beleza de 'Sykes-Picot' reside em sua capacidade de permitir que os jogadores escolham como interagir, seja de forma competitiva ou cooperativa. As condições de final de jogo foram estruturadas para permitir múltiplos desfechos: vitória compartilhada, vitória individual ou derrota conjunta. Essa flexibilidade incentiva a reflexão sobre as ações e suas consequências, trazendo à tona o caráter muitas vezes indiferente do imperialismo.

Com 'Sykes-Picot', Brooks Barber não apenas trouxe à vida um pedaço controverso da história, mas também ofereceu aos jogadores uma ferramenta para explorar as complexidades do passado através da lente interativa dos jogos de tabuleiro.